Xote nordestino
Roxinho levava um carote de água fresca
Gatinha dava o leite que eu bebia no curral.
Na matinha cantava a zabelê
E o meu pai pescava “guedes” de linhada lá no vau.
Um pequeno rio
Um menino e a Piabanha
Um capim-açu
Uma lembrança tamanha.
Os ingazeiros do rio Pardo eram frondosos...
O forró no chão batido, a luz fraca do fifó...
O seu Santo cobria a casa com barro
E o jipão tomava a balsa conduzida por Dió.
Devagarzinho... pôr um anel nas mãos em concha.
O meu pai fazia festa correndo atrás de teiú.
O quebra-pote, roda, versos, brincadeiras
E na roça de mandioca, lambuzados caititus.
Enquanto isso no tronco da gameleira
O roceiro descansava desejando o de comer.
O tio João caçava rolas com bodoque
E voava no mangueiro o laranja do sofrê.
(2005)
(2005)
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