No fundo da noite a lua
enfeita o espelho da fonte.
No espelho d'água dois olhos.
Dentro dos olhos o mar.
Dentro do mar os peixinhos
que, mirando aquele olhar,
catam estrelas do fundo
do mar dos olhos da fonte
para a lua se enfeitar.
(2002)
Em vez de baú, relativo à guarda de objetos caros e finos, caçuá, que me traz lembranças da infância e da poesia popular cantada nas feiras de Santana e de Conquista, na Bahia. O caçuá é ambulante, roceiro, de conteúdo discernível pelas frestas do seu trançado – seus cipós formam paredes quase diáfanas, revelando objetos que contam histórias, incitam sensações, reavivam memórias... Baú é aristocracia sobre cavalo branco. Prefiro os caminhos desbravados pelo jegue.
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