sábado, 20 de junho de 2015

SOB PRESSÃO

Sob pressão, neurônios entram em curto, e até mesmo o mais experiente dos negociantes compram terreno na Lua.

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A técnica mais besta da história das vendas não é pressionar o cliente. É oferecer o produto ou serviço pelo triplo, aceitar pechincha e “reduzir” o preço à metade. O que custaria 10, é negociado por 15! E a gente, feliz pela mágica dos números, sempre cai nela.

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Dezembro deveria ser o mês com maior índice de infartos. É um tal de “vamos fechar o relatório” praqui, “corre, esse menino” prali, “é para ontem, meu filho!” pracolá, que o coitado do miocárdio se sente mais pressionado que massa de macarrão passando em máquina de nivelar asfalto. É tanto apressamento que me faz lembrar minha mãe, na minha infância na Piabanha, me dizendo depois de me confiar um recado: “eu vou cuspir no chão, moleque. Ai de você se quando voltar e ele já estiver secado. Hum!”.

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No trânsito, a pressão não vem do excesso de veículos nestes anos 2010, mas da idiotice de motoristas que acreditam que furar sinais fará alguma diferença no tempo do percurso. É que o tempo ganho não vale o tempo de um cafezinho.


Paulo Robson de Souza

Dezembro de 2014 

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